domingo, 1 de junho de 2008

Itaú Cultural - Quase Líquido

No dia 13 de Maio, eu e meus amigos da república fizemos uma maratona de atividades complementares na Av. Paulista. O trajeto foi primeiro no Itaú Cultural, depois na Galeria de Arte do Sesi, e por fim nas exposições do MASP.
No Itaú Cultural estavam as exposições chamas Quase Líquido e H2Olhos. A Quase Líquido ocupava os primeiros andares, assim foi a nossa primeira atividade.
Varias obras me despertaram interesse, outras não... Afinal, eu confesso que, numa exposição de arte, sempre estou sujeito à condição de observador alienado, ignorante, sem cultura, com seu gosto formado e excludente... Mas devo ser perdoado, pois esse dia foi curto, e queríamos aproveitar o máximo das atividades pela Av. Paulista.
As fotografias de lugares abandonados, de Rubens Mano, intituladas Súbitas Paisagens, foram as que mais me interessaram, pois tinham um ar de lenda, de um passado distante. Muitas eram fotos de parques infantis, ou de piscinas com escorregadores, mas rodeadas pelo mato, árvores e arbustos. Os azulejos sujos e os materiais enferrujados das construções... davam a impressão de uma civilização esquecida, sendo que são de lugares construídos recentemente. Dava até nostalgia, pois me fazia imaginar as crianças que se divertiam com aqueles brinquedos, mas agora o lugar não passado de um rastro da passagem humana...
Outras das mostras que também me interessaram foram "Experiência de Cinema", "Vitrines" e um vídeo em loop - chamado Inventário das Pequenas Mortes (Sopro), de Cao Guimarães & Rivane Neuenschwander - em câmera lenta, de uma bolha gigante flutuando, com sua forma variando constantemente. O fundo alternava-se com paisagens campestres... Fiquei uns poucos minutos observando, pois era legal aquele aspecto gelatinoso da bolha... aquilo meio que hipnotizava... Enfim, Quase Líquido não estava tão tediante...
Ressalto também o conceito geral da exposição, que eu gostei muito, por ser realista, e pelo intuito de conscientização. Fui informado pelo site oficial do I.C. que trata-se de uma contraposição "ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman, para quem a atualidade é caracterizada pela modernidade líquida. 'No Brasil vivemos um estágio híbrido. Vivemos uma era quase líquida, uma modernidade contraditória que não engata e que só a duras penas se realiza', diz [Cauê]Alves. 'Basta olhar para o Tietê para identificar parte do mundo contemporâneo e do nosso atraso. O Tietê é um símbolo do nosso estágio de modernização'." Cauê Alves é o curador.

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